Liga de Geriatria e Gerontologia
A Liga de Geriatria da FMUSP foi fundada no ano de 1997 pelos acadêmicos de medicina que estavam interessados em ter um maior contato com essa especialidade durante a sua formação. Desde então, dezenas de estudantes já participaram das atividades dessa Liga, que nasceu dentro de um programa de atendimento ao idoso por uma equipe multiprofissional e iniciou suas atividades em julho de 1984. Conhecido como GAMIA (Grupo de Atendimento Multidisciplinar ao Idoso Ambulatorial), o programa foi fundado com o objetivo de cuidar do paciente idoso em diferentes aspectos (médico, psíquico e social) através do atendimento integrado de diversos profissionais, promovendo uma melhora da qualidade de vida desses pacientes.
O GAMIA é composto atualmente por profissionais das seguintes áreas: medicina, odontologia, fisioterapia, enfermagem, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e serviço social. Todo ano, são selecionados (através de uma triagem) 30 pacientes com idade igual ou superior a 60 anos para fazerem parte do grupo. Para otimizar o período em que esses clientes ficam dentro da instituição (o Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas da FMUSP), esses 30 pacientes participam todas às quartas-feiras de aulas, palestras, atendimento médico e odontológico, dinâmicas de grupo, passeios e festas. Eles são divididos em dois grupos de 15 pessoas e as atividades duram das 9 horas da manhã até às 4 horas da tarde e, com exceção dos passeios, são realizadas em salas de aula do Prédio dos Ambulatórios do HC. Cada especialidade organiza suas atividades de acordo com o que ela pode oferecer ao idoso para que este envelheça com qualidade e saúde e cada uma possui, em média, uma a uma hora e meia de tempo com cada grupo de 15 pessoas. Com esses encontros semanais, busca-se fomentar as atividades em grupo, utilizar adequadamente o período de permanência na instituição (evitando visitas intermediárias), priorizar as formas de atuação simplificadas e pouco onerosas, aplicar e/ou desenvolver técnicas especializadas para a faixa etária, favorecer a participação de alunos da graduação e/ou estagiários de cada área profissional, facilitar a divulgação do projeto a fim de estimular sua reprodução parcial ou integral em outros programas de atuação junto a esta faixa etária.
Para poder avaliar o impacto das atividades do GAMIA na promoção da saúde no idoso foi elaborada uma Avaliação Geriátrica Global. Ela foi estruturada pela equipe para ser aplicada no grupo de 30 idosos no início das atividades do GAMIA (março) e no término das mesmas (dezembro). Engloba aspectos de todas as áreas e é um protocolo de coleta e criação do banco de dados para o GAMIA.
Passado esse um ano de atividades, esses 30 idosos passarão para o grupo do Pós-GAMIA. Eles são divididos em quatro salas de atendimento médico sendo que cada sala possui seu atendimento em um dia da semana, com exceção da quarta-feira que será utilizada para os novos 30 pacientes daquele ano. No Pós-GAMIA, esses idosos continuam se reunindo, agora às sextas-feiras, com os profissionais do GAMIA divididos em módulos, constituindo, assim, um ciclo de palestras por ano. A freqüência nessas reuniões não é obrigatória e esses pacientes também participam da organização e das apresentações nas festas do GAMIA.
Os alunos da Faculdade de Medicina da USP, que estejam cursando do segundo ao quinto ano da graduação, podem participar desse grupo de atendimento diferenciado no ambulatório de Geriatria do Hospital das Clínicas.
Anualmente é realizado em março um Curso de Introdução à Liga de Geriatria que é voltado aos acadêmicos de medicina interessados em participar. Nesse curso são ministradas aulas pelos profissionais envolvidos no GAMIA sobre doenças prevalentes no idoso, possíveis abordagens para minimizar essas afecções, formas de promover a melhora da qualidade de vida desses clientes e, para encerrar o curso (que, geralmente, dura uma semana com aulas à noite), uma mesa redonda com os diversos profissionais do GAMIA para tirar dúvidas e debater questões sobre o processo de envelhecimento.
Após o curso, os alunos fazem uma prova com questões referentes à prática da geriatria e aos assuntos discutidos no curso. Através dessa prova, os acadêmicos são selecionados para preencherem as vagas abertas na Liga naquele ano.
Participam por ano 20 alunos das atividades promovidas pela Liga. Os alunos são divididos em quatro salas de atendimento, ficando cinco alunos em cada sala. As salas realizam o atendimento médico dos pacientes do Pós-GAMIA todos os dias da semana, de segunda à sexta-feira (com exceção da quarta-feira), e cada sala fica responsável por um dia. Esse atendimento médico é feito pelo acadêmico de medicina que é acompanhado pelo residente e pelo assistente da Geriatria, os responsáveis pela supervisão e ensino da prática médica a esse aluno. A cada dia são atendidos cinco pacientes por sala e o aluno tem a oportunidade de acompanhar o envelhecimento desses pacientes.
Na quarta-feira, dia do atendimento médico dos pacientes do GAMIA, os alunos também participam das consultas médicas, sempre acompanhados pelo residente e pelo assistente da Geriatria. Para esse dia, um aluno de cada sala é escalado para atender, resultando em quatro alunos por quarta-feira. Toda quarta-feira são vistos quatro pacientes do GAMIA.
Quinzenalmente, são ministradas aulas teóricas na forma de seminários sobre gerontologia e particularidades do atendimento médico. Esses seminários ocorrem às quartas-feiras e são ministrados pelos profissionais do GAMIA e também pelos alunos da Liga. Os objetivos desses seminários são aprimorar e fixar o conhecimento dos acadêmicos da Liga.
O aluno que participa durante um ano das atividades da Liga recebe um certificado de participação. Para receber seu certificado, o aluno precisa ter, no mínimo, 70% de frequência nas atividades propostas. Quem faz esse controle dos alunos são os diretores da Liga do ano. Esses diretores são também alunos de medicina, mas que já participaram por pelo menos um ano das atividades e ficam responsáveis por organizar o Curso de Introdução, o ingresso, a distribuição e a freqüência dos alunos participantes. Anualmente são três diretores que realizam essas funções. Eles são divididos em presidência, secretaria e tesouraria, com mandato de um ano. Ao diretor presidente cabe a representação da Liga em todos os seus atos em juízo ou fora dele, a convocação de Assembléias Gerais, assinatura de atas e de documentos que dêem origem a direitos e obrigações, inclusive cheques e a supervisão da atuação dos outros diretores. Ao diretor financeiro, compete a administração dos recursos financeiros e elaboração de relatórios referentes a suas atividades. Ao diretor secretário, fica a responsabilidade pela organização dos turnos dos membros, de modo que todos os acadêmicos completem um turno mínimo e de administrar as salas de atendimento onde deverá haver pelo menos um membro por turno. No final do mandato, a Diretoria apresenta um relatório completo da gestão.
Além das atividades citadas, a Liga de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo participa da Coordenadoria das Ligas de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (COLIGG-SP), uma iniciativa dos alunos das Ligas de Geriatria do Estado de São Paulo, visando maior integração entre as mesmas. Nas reuniões ocorrem não apenas abordagens pertinentes às atividades realizadas por cada Liga, mas também de temas a serem apresentados em congressos e simpósios. A criação da COLIGG-SP também deu voz aos graduandos nas reuniões quinzenais da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, estabelecendo um vínculo entre alunos e médicos, o que facilitou muitas atividades propostas pelas Ligas, além de manter os alunos informados, em primeira mão, de quaisquer atualizações e eventos.
Anualmente a COLIGG-SP escolhe um tema para uma campanha a ser realizada junto aos pacientes. Os alunos de cada Liga se mobilizam em regiões diversas do estado e convocam os pacientes de acordo com as atividades programadas para o ano. As campanhas são de extrema importância devido ao seu caráter preventivo, nosso principal objetivo.
A Liga também participa de outras atividades como na organização e participação das festas realizadas com os clientes, participando de pesquisas, como colaboradora de eventos promovidos pelo grupo da Geriatria do Hospital das Clínicas e participa dos Simpósios das Ligas de Geriatria do Estado de São Paulo, apresentados nos congressos paulistas de geriatria e gerontologia.
Os alunos podem participar das suas atividades durante toda a sua graduação, de acordo com o seu interesse e disponibilidade. Dessa forma, o acadêmico pode conhecer e se aprimorar no estudo dessa especialidade, o que enriquece tanto a sua formação profissional como suas vivências e experiências pessoais.
Orientador:
Andrey Augusto Socolovithc
Membros:
- Gustavo da Silva Azevedo;
- Marcelo Arruda Cândido;
- Marina Sanches Montemor Augusto.